Porque a corrida às altas energias dos aceleradores de particulas?
Em 1933, realizava-se o Congresso de Solvay. Iria surgir deste congresso, que tinha como ordem do dia o tema: “Desintegração dos elementos mediante protões acelerados”, um novo e fascinante ramo da Física, hoje denominado, Física de Altas Energias.
A primeira desintegração artificial por meio de partículas aceleradas deve-se a Cockcroft e Walton. Juntos desenvolveram uma técnica capaz de acelerar protões num campo electrostático de várias centenas de quilovolts. A desintegração consistia em desintegrar um núcleo de lítio em duas articulas alfa.
Participaram no congresso de 1933 investigadores que, naquela geração, contribuíram para alavancar a Física ao patamar onde hoje se encontra. Entre eles constava Rutherford, o pai das transmutações e E. Lawrence, que tinha desenvolvido em Berkeley, um novo tipo de acelerador que assentava num princípio revolucionário denominado: ciclotrão.
Progressos verdadeiramente consideráveis se têm vindo a desenvolver na Física graças ao auxílio destas máquinas. Com os aceleradores de partículas cada vez mais potentes e engenhosos, foi possível aos Físicos ultrapassar as reacções nucleares. Esta aventura ainda hoje se desenrola, empenhando-se grandes meios técnicos e somas consideráveis de dinheiro, que contribuem para a construção de aceleradores de partículas cada vez mais poderosos.
Vou aqui enumerar os vários tipos de aceleradores de partículas existentes, eles são:
Ø Aceleradores electrostáticos – tipo Van de Graaf
Ø Ciclotrão – enrolamento em espiral gerado por um campo magnético constante
Ø Sincrociclotrão
Ø Bélatrão
Ø Sincrotrão
Surge novamente a pergunta que dá o título a este artigo e que provavelmente alguns de vocês já fizeram e não obtiveram resposta, ou seja, porque esta corrida para as altas energias? A que se deve estas gigantescas construções, essas toneladas de aço e betão? Porque a mobilização de tantos ofícios, técnicas vanguardistas e biliões gastos?
A resposta prende-se com a necessidade de saber se Paul Dirac tinha de facto razão, quando em 1931 escreveu uma nota dizendo:
“Provavelmente, os protões terão estados próprios de energia negativa, todos normalmente ocupados, aparecendo o estado não ocupado como antiprotão.”
Surgia deste modo a mais cara substância do mundo, mais valiosa que ouro ou diamante, de nome antimatéria.