Um novo conceito de entidades idênticas, o átomo.

10-01-2011 23:52

 

                A ideia de que a matéria é formada por entidades idênticas, isto é, por átomos, estabeleceu-se progressivamente no final do século XIX. O conceito já havia sido introduzido na antiga Grécia por Demócrito no século IV antes da era cristã. Contudo, os primeiros tratados científicos remontam para o século XIV. As primeiras estimativas das dimensões e massa dos átomos surgiram com os trabalhos de Avogadro em 1811 e por outros trabalhos publicados por volta de 1860.

                A comunidade científica ficou bastante céptica com o modelo atómico da matéria, facto bastante natural, uma vez que nunca ninguém tinha visto um átomo.

                A história cronológica das descobertas que conduziram para a observação do electrão e do núcleo começa em 1895 com a descoberta dos Raios X pela mão do cientista W. Rontgen, ano seguinte foi a vez de Becquerel descobrir a radioactividade. No ano de 1897, J. J. Thomson observava de forma directa a primeira partícula, denominada electrão.

                Rutherford viria a estudar anos mais tarde a radioactividade alfa, que possibilitou a realização da primeira experiencia de colisão de partículas na história da Física, como resultado desta experiencia descobria-se o núcleo atómico.

                Contudo, estas descobertas ainda deixavam em aberto duas brechas no final do século XIX. Duas incertezas, dois fenómenos que não haviam conseguido encontrar resposta nas teorias já existentes. Eram eles os resultados das experiencias de Michelson e Morley e o espectro de radiação do corpo negro.

                Estas falhas iriam ser as duas portas de entrada para as dois conceitos básicos da física da era moderna. São elas o princípio da relatividade de Einstein e o quantum de radiação de Planck.

                No ano de 1913 era lançado o livro de Jean Perrin, com o título “OS Átomos”, que sistematizava vários resultados de experiencias independentes nos domínios na química, termodinâmica estatística e da electrólise. Todos eles convergiam para o modelo atómico, contribuindo para uma definitiva aceitação desta teoria pela comunidade científica.

                Há um século atrás o nosso mundo era totalmente diferente do que hoje vemos. O estado geral da evolução das sociedades era um reflexo do ambiente científico que se vivia na altura e da organização das actividades de pesquisa. Actualmente, a importância dos laboratórios de física de partículas, é medida pela dimensão dos aceleradores disponíveis, nesses tempos as instituições afirmavam-se maioritariamente pela potência das suas baterias.